Às
vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma
vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve
sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir.
É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar
o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido.
Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão
imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida,
amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes
aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia
isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta
dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados,
quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente
mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro,
alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber
que se nossa essência é ambigüidade e mutação, este silencio é tanto uma
máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos.
O mundo sem ruido , o ficar no silencio para podermos nos ver
finalmente, não é fácil ,mas é muito bom ,para quando voltar tudo ser
diferente e bem melhor,bem mais inteiro e claro . maturidade torna a pessoa mais profunda,reflexiva,sensata.Mas, isso não
quer dizer que não sinta vontade e amar e ser amada.Qdo. se é jovem há
variações de querer estar só e estar com; qdo. se aproxima a melhor
idade, o zelo por si mesmo aumenta, as companhias são raras, as
exigências multiplicam...
antes que qualquer árvore seja plantada ou um
lago construído é preciso que eles tenham
nascido dentro da alma.
Quem não planta jardim por dentro,
não planta jardins por fora e nem
passeia por eles."
Nenhum comentário:
Postar um comentário